^

Esta pergunta é uma das mais freqüentes quando se trata desse assunto. Como os casos de recidiva não são raros, muitas pacientes acreditam que não há cura para essa doença e, por isso, tornam-se extremamente pessimistas quanto à melhora dos sintomas e ao futuro reprodutivo.

É muito importante explicar que existe sim cura para a endometriose. Basta lembrarmos que a doença ocorre quando uma mulher possui implantes endometriais fora do útero. Uma vez que estes implantes são removidos, seja por medicamentos ou com a videolaparoscopia, a doença não existe mais. A mulher está curada.

O que acontece, e que gera o equívoco, é o fato de que quem apresenta a endometriose uma vez, possui propensão para voltar a tê-la. Segundo estudos recentes, algumas características determinam essa propensão a desenvolver a doença. Uma é a menor capacidade do sistema imunológico em combater as células endometriais que alcançam a região pélvica. Além disso, o endométrio dessas pacientes apresenta maior facilidade para se implantar fora do útero, o que é conseqüência de maior velocidade de proliferação, habilidade em formar vasos sanguíneos no local onde se instala, além de capacidade dessas células em produzir hormônios, principalmente estrogênios.

Endometriose – Tratamento e seguimento

Por muitas décadas, o pequeno conhecimento científico sobre a endometriose dificultava a prevenção da recidiva. Consequentemente tornou-se muito freqüênte encontrarmos mulheres que haviam melhorado muito após tratamento, mas que voltaram a sentir cólicas. Porém, nos últimos anos, foram desenvolvidos muitos estudos sobre a endometriose , o que trouxe estratégias fundamentais na prevenção das recidivas. Por isso é importantíssimo que, após término do tratamento, seja feito um acompanhamento rigoroso com medicamentos adequados para alcançarmos o que chamamos de prevenção secundária da endometriose. Com isso as chances de retorno ficam muito mais baixas.

Tratamento medicamentoso

Existem muitas opções para o tratamento medicamentoso. O objetivo é reduzir o estímulo do estrógeno produzido pelos ovários sobre as lesões que caracterizam a doença. Isto pode ser alcançado diminuindo a produção hormonal ovariana ou a ação do estrogênio sobre as lesões endometrióticas na pelve.

Análogos de GnRH

Entre os medicamentos disponíveis, a opção mais eficiente para o tratamento da endometriose são os análogos de GnRH. Muitas pacientes ficam receosas diante desta medicação, por acharem que se trata de remédio com grande dose hormonal. Na realidade, o que acontece é justamente o oposto. Esta categoria de medicamento provoca uma queda acentuada na produção de estrógenos ovarianos, chegando a níveis semelhantes aos da menopausa. Graças a este efeito, podem causar sintomas desconfortáveis. Nesses casos, o especialista pode indicar remédios que anulam completamente esses efeitos colaterais, sem prejudicar o tratamento.

Pílulas

As pílulas também podem ser utilizadas em algumas situações específicas. Sua eficácia resulta do efeito da progesterona presente nas formulações. É ela que bloqueia a ação do estrógeno sobre as lesões da endometriose, provocando a melhora. Existem pílulas com diversas formulações sendo lançadas continuamente. A melhor opção deve ser cuidadosamente avaliada considerando-se o histórico da paciente, doenças pregressas e outros medicamentos em uso. As pílulas combinadas possuem estrógeno e progesterona, enquanto algumas são compostas apenas por progesterona. Os dois tipos de pílulas têm efeito semelhante sobre a endometriose.

Pílulas combinadas

Existem dezenas de formulações no mercado. O estrogênio que compõe a grande maioria é o etinil-estradiol, nas doses de 35ug, 30, 20 e as de baixíssima dosagem com 15 ug. Os progestágenos utilizados diferem bastante. Existem dois grande grupos desse hormônio: Os semelhantes à 17-hidroxi-progesterona e os relacionados à 19-Nor-testosterona. Entre os primeiros estão alguns com marcante ação anti-androgênica, como a ciproterona, e por isso são indicados, também, no tratamento da acne.

Pílulas de progesterona

As pílulas só com progestágenos foram utilizadas por décadas para a anticoncepção durante a amamentação e só recentemente passaram, também, a ser empregadas como contraceptivo fora deste período e como opção no tratamento da endometriose. Contudo, causam mais irregularidade menstrual que as pílulas combinadas, dificultando a adaptação de algumas mulheres.

DIU com Hormônio

O DIU com hormônio (levonorgestrel) demonstrou eficácia em algumas apresentações da endometriose. A liberação do progestágeno na região pélvica leva ao tratamento das lesões. É importante saber que nem todas mulheres ficam sem menstruar com este método, o que tem levado muitas a solicitarem outras opções terapêuticas.

Inibidores da Aromatase

Este grupo de medicamentos age sobre uma importante enzima chamada aromatase. Ela é a principal responsável pela produção de estrógeno na mulher e portanto é um alvo importante quando o assunto é endometriose. Tem indicação apenas em algumas situações clínicas. Utilizados isoladamente não mostraram quase benefício mas, associados aos análogos de GnRH, apresentaram ótimos resultados.

Fonte: Endometriose

Icon Email
Cadastre-se

para receber informações sobre o assunto

WhatsApp - Instituto de Patologia Feminina
Enviar