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O Hospital Alemão Oswaldo Cruz realizou na última sexta-feira a palestra “Medicina Integrativa e Oncologia: experiências inovadoras”, ministrada pelo clínico geral, com especialização em Oncologia, Gastroenterologia e Doenças cardiovasculares, Dr. Thomas Breitkreuz, chefe do Hospital Paracelsus, em Munique, um dos mais importantes centros da Alemanha, onde a medicina integrativa é praticada.

A palestra estimulou a discussão sobre a importância de disseminar ideias e conceitos que combinam tratamentos convencionais e terapias complementares, que integram corpo, mente e espírito. A prática da medicina integrativa foi implementada no Centro de Oncologia do Hospital Alemão Oswaldo Cruz em julho desse ano e é coordenada pelo Dr. Ricardo Caponero.

De acordo com o Dr. Breitkreuz a eficácia da medicina integrativa combinada com as terapias convencionais está baseada em evidências. Ele explicou ainda que a abordagem complementar se concentra na qualidade de vida do indivíduo e que, para decidir qual a terapia mais eficiente para o paciente, é preciso entender também o impacto clínico do tratamento na vida daquela pessoa. “Educação nutricional e atividade física durante a quimioterapia, por exemplo, oferecem mais qualidade de vida para os pacientes”, destacou.

Esse movimento de integração é mundial e muito forte no meio acadêmico. Segundo o especialista, no EUA quase todas as universidades têm centros de medicina integrativa, que combinam fitoterápicos, massagem, exercícios físicos, acupuntura, entre outras modalidades. Na Europa, práticas como a psico-oncologia, acompanhamento nutricional e a terapia artística também vêm sendo utilizadas pelos centros de oncologia.

Em números, a medicina integrativa também é bastante expressiva, utilizada em 60 países, sendo que oito deles contam com um total de 28 hospitais especializados que trabalham integrados ao ambiente convencional de tratamento.

Dr. Breitkreuz também destacou a importância do esporte dentro da medicina integrativa. “A atividade física é muito importante. A prática de caminhadas durante o tratamento pode reduzir o risco de mortalidade associada ao câncer de mama, por exemplo. E, diferente do que se acreditava antigamente, atividade física não aumenta a chance de metástase. O exercício físico é um recurso salutar para promover a saúde e fortalecer as condições físicas e psicológicas.”

O equilíbrio é a chave de tudo, segundo o especialista, porque os efeitos colaterais do tratamento podem limitar a capacidade do indivíduo de praticar exercícios. “O objetivo é tornar as pessoas mais ativas por meia hora diária, mesmo com as suas limitações físicas. A mudança do estilo de vida realmente provoca uma melhora física”, ressaltou.

O médico destacou também a massagem, que é a técnica curativa mais antiga da humanidade, e faz parte das terapias que auxiliam a reduzir a ansiedade, depressão e os efeitos colaterais do paciente de câncer em tratamento. Outra técnica bastante eficaz e com muitas evidências científicas é a acupuntura.

Dr. Breitkreuz enfatizou a importância da qualidade de vida e o impacto que ela tem durante o tratamento de quem tem câncer. “O objetivo da terapia convencional é eliminar a doença, já as terapias alternativas intensificam o processo de cura. Quanto mais grave a doença, mais é preciso buscar essas terapias que visam aumentar a qualidade de vida”.

O objetivo, segundo o médico, é sempre aumentar a sobrevida dos pacientes. Os cuidados paliativos são oferecidos para que o paciente possa se desenvolver como pessoa durante a doença e não devem ser encarados como uma pré-morte. Por isso a medicina integrativa sugere começar precocemente a pensar na qualidade de vida do paciente e não na fase final da doença.

O grande desafio para os médicos, de acordo com o Dr. Breitkreuz , é como combinar e tentar ter o melhor de ambas terapias com foco na melhor qualidade de vida do paciente. “Precisamos ver o paciente pelas duas perspectivas e unir o melhor de cada nível: tratamento físico, mental, emocional e espiritual”, concluiu.

Fonte: Centro de Oncologia

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